Proibição do Uso de Celulares na Escola: Tem seus benefícios?

A discussão sobre o uso de celulares em sala de aula tem gerado grande debate no Brasil e no mundo. Enquanto alguns defendem que os dispositivos podem ser ferramentas pedagógicas, outros argumentam que seu uso excessivo atrapalha o aprendizado e prejudica a socialização dos alunos. Recentemente, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou um projeto de lei que proíbe o uso de celulares nas escolas públicas e privadas do estado, seguindo uma tendência já observada em países europeus, como a Itália, que adotou a medida em 2007.

Os Impactos da Proibição

De acordo com Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP, o celular distrai os estudantes e os isola do ambiente de aprendizado. Em entrevista ao Jornal da USP, ele afirma que a interação direta entre alunos é essencial para o desenvolvimento educacional, e o uso constante de dispositivos móveis dificulta essa troca. Além disso, pesquisas indicam que a leitura de livros físicos tem maior impacto cognitivo do que a leitura em telas, devido à menor dispersão e maior absorção do conteúdo【15】.

Outro argumento favorável à proibição é a melhora na atenção e no desempenho escolar. Segundo um estudo da Unesco, em países onde o uso do celular foi restrito, houve um aumento no rendimento dos alunos, especialmente entre aqueles com mais dificuldades acadêmicas. A redução da dependência digital também pode impactar positivamente a saúde mental dos estudantes, minimizando sintomas de ansiedade e melhorando a qualidade do sono【15】.

Controle ou Educação Digital?

Apesar dos benefícios apontados, especialistas destacam que a simples proibição pode não ser a solução mais eficaz a longo prazo. O professor Daniel Cara alerta que, assim como ocorreu com a lei contra o bullying de 2015, que perdeu força ao longo do tempo, a restrição ao celular pode enfrentar dificuldades de aplicação. Segundo ele, um modelo ideal seria investir em educação digital, ensinando os alunos a usar a tecnologia de forma consciente e produtiva, ao invés de bani-la completamente【15】.

Além disso, há um desafio na implementação da lei. A aceitação da regra pode ser mais fácil entre crianças da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental, mas estudantes mais velhos, especialmente do ensino médio, podem resistir mais às restrições. Assim, o sucesso da medida dependerá da participação ativa das escolas, professores e responsáveis na construção de um acordo educativo sobre o uso dos dispositivos.

Sendo bem implementada a lei pode gerar também uma melhor socialização uma vez que  pode incentivar brincadeiras coletivas, conversas presenciais e uma maior integração social, promovendo habilidades interpessoais essenciais para o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças e adolescentes. Além disso, estudos indicam que a interação face a face melhora a empatia e a cooperação entre os jovens, aspectos fundamentais para a convivência escolar e futura vida profissional. Empatia essa que tem se perdido com o passar do tempo.

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Conclusão

A proibição do uso de celulares nas escolas pode trazer benefícios diretos para a aprendizagem, reduzindo distrações e incentivando a socialização. No entanto, especialistas apontam que uma abordagem que combine restrição com educação digital pode ser mais eficaz a longo prazo. O desafio está em equilibrar a tecnologia como aliada do ensino, sem que ela se torne uma barreira para a concentração e o desenvolvimento social dos alunos. Não adiante apenas proibir nas escolar e não ter uma educação contínua do mal uso das telas.

Se você é educador ou pai/mãe, como vê essa questão? A proibição do celular nas escolas é uma solução válida ou um controle excessivo? Compartilhe sua opinião nos comentários!

Referência:

A reportagem do Jornal da USP sobre a lei que proíbe o uso de celulares em sala de aula foi publicada em 22 de novembro de 2024.

Autor: Gabriel Zeini